História
Os primeiros usos do
lago Guaíba como via de transporte se perdem nas origens da cidade. Nos primeiros tempos de Porto Alegre foram sendo construídos sucessivos
trapiches, rampas de acesso e pequenas
docas de desembarque na região do centro, e que em meados do século
XIX chegaram a existir em grande número. As primeiras idéias para a construção de um cais estruturado datam de
1833, quando a Câmara Municipal aprovou um projeto de alinhamento desde a Ponta do Arsenal (onde hoje fica a
Usina do Gasômetro) até o Caminho Novo (atual Voluntários da Pátria), com a construção fracionada a cargo dos particulares possuidores dos terrenos na testada do futuro cais. Contudo, este projeto, ambicioso e utópico para a época, não frutificou.
A primeira porção do porto foi construída finalmente na década de
1850, na altura da
Praça Pereira Parobé, acompanhando a construção do
Mercado Público de Porto Alegre, e que se resumia em uma doca de atracação em pedra, mas de limitada utilidade por suas pequenas dimensões e pelo fato de sofrer constante assoreamento. A situação melhorou um pouco quando entre
1856 e
1858 foi erguida um murada de pedra na altura da
Praça da Alfândega, embora igualmente sua praticidade não era a desejável.
A partir da realização de obras de sinalização da
Lagoa dos Patos, com a construção dos seus faróis, o porto de Porto ALegre começou a ser cada vez mais procurado por embarcações nacionais e estrangeiras e como estação central no sistema de navegação fluvial da bacia do Guaíba, e com esta demanda crescente os trapiches e pontes se multiplicaram, e a planta oficial da cidade em
1900 mostra mais de trinta destas construções avançando lago adentro, resultando em um porto desorganizado e sujo. A necessidade de se construir um cais adequado já era sentida com intensidade na década anterior, quando o intendente
Alfredo Azevedo dizia que
"a construção de um cais na parte do litroral compreendida entre a Cadeia Civil e a Rua Ramiro Barcellos é, a meu ver, uma necessidade palpitante a que devemos atender com solicitude."
[
editar] O porto atual
A partir da realização das obras na barra da Lagoa dos Patos, em
Rio Grande, resultando na almejada abertura da navegação de grande calado no estado, o governo estadual procedeu ao planejamento efetivo da construção de um porto compatível com o grande movimento que já existia e em breve, imaginava-se acertadamente, aumentaria ainda mais.
Sua construção foi contratada com a empresa de engenharia de
Rudolf Ahrons, e as obras foram iniciadas em
1911. Em
26 de agosto de
1913 foram concluídos 146 metros de
cais, com quatro metros de profundidade, e com a conseqüente ampliação da área central da cidade em 180 metros, decorrente dos aterros realizados.
As obras foram paralisadas até
1919, quando foram retomadas com celeridade pelo Presidente do Estado
Borges de Medeiros, completando em
1921 mais 490 m de cais com seus respectivos aterros, abrangendo o trecho entre o portão central e a rua Marechal Floriano. Em seguida foram inicados os trabalhos no trecho da
Praça da Harmonia, e ao deixar o governo em
1927 Borges de Medeiros deixava prontos 1.652,88 m de cais acostável, com 10 armazéns e 22
guindastes elétricos.
A construção continuou nos governos seguintes.
Flores da Cunha acrescentou mais algumas centenas de metros ao cais e criou o Frigorífico do Porto; entre
1947 e
1949 foi levantado o Cais Navegantes, com mais de 3.500 m de atracadouros, e entre
1951 e
1956 foi a vez da construção do Cais Marcílio Dias, adicionando mais 1.435 m ao porto da cidade, embora os aterros correspondentes só fossem completados em
1958. A conclusão geral do porto aconteceu em
1962.
[
editar] Administração
Em
1951 foi criado o Departamento de Portos, Rios e Canais (DEPRC), autarquia estadual que ficou responsável pela exploração comercial do porto. Com o fim da concessão em
1994, foram feitos dois aditivos até a assinatura de um convênio de delegação entre o Ministério dos Transportes e o estado do Rio Grande do Sul, em
27 de março de
1997, para administração e exploração do porto, que ficou a cargo da Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul (SPH).
[
editar] Instalações
O cais acostável, com extensão de 8028 metros, é subdividido em três trechos:
Cais Mauá - com 3240 metros de comprimento, contendo dezesseis berços, com profundidade variando de quatro metros a 5,5 metros; a
armazenagem nesse trecho é realizada em dezoito armazéns, dos quais doze são para carga geral, totalizando 20.178 metros quadrados, e os demais seis com utilizações diversas; os pátios, em número de quatro, perfazem 2180 metros quadrados. Um dos armazéns, localizado ao lado da Usina do Gasômetro, abriga a Escola de Vela da Marina Pública, que oferece mais de trinta cursos, entre eles o de iniciação à
vela, com material e certificado.
Cais dos Navegantes - com 3268 metros, dispõe de doze berços, com profundidade de seis metros, e onze armazéns, sendo seis para carga geral e cinco para granéis sólidos, somando as áreas, respectivamente, 23.880 metros quadradaos e 16.320 metros quadrados.
Cinco pátios descobertos - um maior, para
carvão, com 36.105 metros quadrados, e os demais totalizando 22.340 metros quadrados, além de três
silos para
grãos, comportando 83.750 toneladas, sendo um vertical de 18.750 toneladas, operado pela
Cia. Estadual de Silos e Armazéns (Cesa); um horizontal da
Sociedade Anônima Moinho Riograndense (Samrig), para 15 mil toneladas; e um horizontal, da
Companhia de Armazéns Graneleiros (Ciagran), com capacidade de 50 mil toneladas. Para depósito de
óleos vegetais são utilizados quatro tanques pela Samrig, totalizando 4400 toneladas; o último trecho, conhecido como cais Marcílio Dias, tem 1366 metros de comprimento, cinco berços, profundidade variando entre quatro metros e cinco metros, e serve à movimentação de
areias e
seixos rolados.
[
editar] Principais cargas
As principais cargas embarcadas são:
soja,
celulose, bobina de
ferro/
aço,
máquinas e aparelhos elétricos,
contêiner cheio, contêiner vazio,
petróleo cru,
óleo diesel, óleo
combustível,
benzeno,
tolueno e
xileno.
As principais cargas importadas são:
trigo,
sulfatos diversos,
fertilizantes fosfatados, fertilizantes
potássicos,
papel-jornal, fertilizantes
nitrogenados,
uréia, contêiner cheio, contêiner vazio,
nafta, petróleo cru,
gasolina comum,
propeno e
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