terça-feira, 23 de dezembro de 2008

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História de Portugal
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O brasão no Banco Nacional Ultramarino em Lisboa simbolizando o Império Português
SérieHistória de Portugal
Portugal na pré-História
Portugal pré-romano
Romanização: Lusitânia e Galécia
Visigodos e Suevos
Domínio árabe e a Reconquista
Condado Portucalense
Independência de Portugal
Dinastia de Borgonha
Crise de 1383-1385
Dinastia de Avis
Descobrimentos e Expansão Portuguesa
Império Português
Crise sucessória de 1580
Dinastia Filipina
Restauração da Independência
Dinastia de Bragança
Terramoto de 1755
Guerra Peninsular
Revolução Liberal (24/08/1820)
Vilafrancada e Abrilada
Guerras liberais
Convenção de Évora-Monte
Revolução de Setembro,Revolta dos Marechais e Patuleia
Regeneração e Fontismo
O mapa cor-de-rosa e o ultimato britânico
Revolta de 31 de Janeiro de 1891
Revolução de 5 de Outubro de 1910 e Proclamação da República
Governo Provisório
I República
Ditadura militar e o Estado Novo
Guerra do Ultramar
Revolução dos Cravos
III República
Por tópico
História militar
História diplomática
História cultural
Categoria: História de Portugal

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A compreensão de Portugal e da sua História como problema é uma constante da Historiografia e do Pensamento portugueses pelo menos desde o início do século XIX. As condições que tornaram possível a autonomização de Portugal da força centrípeda de Leão e Castela e, depois, lhe permitiram construir e manter uma identidade na Península e no mundo são temas que estiveram no cerne da análise e da reflexão de historiadores e pensadores como Herculano, Oliveira Martins, Antero, Sampaio Bruno, Jaime Cortesão, António Sérgio e Joel Serrão, para citar apenas alguns nomes. E, independentemente da variedade dos caminhos propostos, um factor específico avulta, entre os que contribuíram para a construção da Nação Portuguesa: território situado no extremo sudoeste da Europa, com uma área de cerca de 90 000 Km2 (3 vezes a Bélgica mas 1/5 da Espanha) e uma fachada atlântica de cerca de 840 km, Portugal tem, pelas sua posição geográfica, acentuada ainda pelas características geomorfológicas do seu território, uma posição excêntrica relativamente à Europa. A posição atlântica de Portugal, prolongada, desde o início do Séc. XV, pelos dois arquipélagos atlânticos descobertos e povoados por Portugueses, o dos Açores e o da Madeira, foi a chave da sua História e da sua identidade nacional. O Atlântico selou o destino histórico de Portugal: encravado entre um poderoso vizinho e o mar, os Portugueses souberam tirar partido da sua situação estratégica, quer construindo no mar um poderio militar, quer aliando-se à potência naval dominante (aliança inglesa), assegurando a sua sobrevivência face às pretensões hegemónicas das potências europeias. Com razão escreve Veríssimo Serrão (História de Portugal, vol. 1) : «em face de uma Espanha superior em dimensão cinco vezes, não houve milagre no caso português, mas somente a adequada integração dos seus naturais num quadro político que lhe assegurou a existência autónoma que qualquer periferia marítima amplamente favorece.» A leitura da História de Portugal em termos de um ciclo de apogeu e queda, de potência mundial à irrelevância geopolítica, é uma leitura marcadamente oitocentista, e que deve situar-se no contexto da reflexão política de finais do século XIX. A ideia de que certos factores como a União dinástica com a Espanha, em que Portugal perdeu a sua dinastia e por isso a sua independência política (dinastia filipina: 1580-1640), o Terramoto de 1755, as invasões francesas (Guerras Napoleónicas), a independência do Brasil em 1822 determinaram a "decadência" de Portugal releva mais de um certo inconsciente colectivo do que da necessária contextualização histórica. A Revolução Republicana de 1910 iria dar uma feição modernizadora a Portugal, dando porém origem a um regime parlamentar instável, marcado por frequentes revoltas militares e pela trágica intervenção no teatro da Primeira Guerra Mundial. A ditadura do Estado Novo, instaurada na sequência da Revolução militar de 1926 (Salazarismo), marcou o Século XX português pela sua excepcional duração (48 anos). Em 25 de Abril de 1974 eclodiu um golpe militar organizado pelo Movimento das Forças Armadas (Revolução dos Cravos), maioritariamente constituído por capitães do exército ("Capitães de Abril") que derrubou a ditatura. Portugal entrou, após um conturbado período revolucionário, no caminho da Democracia Parlamentar, ao mesmo tempo que procedia à descolonização de todas as suas colónias. Membro fundador da NATO, o Portugal democrático reforçou a sua modernização e a sua inserção no espaço europeu com a sua adesão, em 1986, à Comunidade Económica Europeia (CEE).

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